17 de nov. de 2008

A Luta!!


Capa da Veja, edição 2087 - ano 41 - nº 46 - 19 de Novembro de 2008: A Luta Pela Vida: O drama do ator Fábio Assunção para se livrar da cocaína é um alerta aos que minimizam o poder destruidor das drogas.
A reportagem diz que o ator, atualmente trabalhando na novela do horários das 6 da tarde, pediu na semana que passou, dispensa do folhetim, para poder tratar-se de sua dependência de cocaína. Fora de seu controle, começou faltar as gravações, dormir no projac(devido a quantidade de calmantes pra conseguir relaxar à noite), não consegue mais decorar os textos e nem ensaiar com seus colegas como fazia antigamente. A razão de eu colocar esse post, não é para fazer fofoca em relação à vida do ator, mas para levantar uma questão: porque a sociedade, ainda hoje, insiste em tratar as pessoas que tem dependência como bandidos? O próprio uso da palavra "drogado" vem carregado de desprezo, de medo, de reprovação. É como se apenas os fracassados estivessem na lista dos que contém essa doença, cada dia mais avassaladora. Semana passada, estava lendo um artigo, em que a autora, colocava, na tentativa de defender os que tem a doença, todos no mesmo 'balaio". Assim, dizia: " Os viciados tem uma doença e assim como a Dengue, portanto todos tem o mesmo sintoma. Eles não ficam jogados na rua porque querem, mas porque já não conseguem controlar essa doença". Muito simplista essa visão! Eu me pergunto: porque pessoas que, aparentemente, conseguiram se destacar na vida, são bem-sucedidas, tem a profissão que amam, são bonitas, inteligentes ou seja, todos os requisitos que os psicólogos costumam enfatizar como receita para estar com a auto-estima favorecida, acabam caindo nessa arapuca? E, tantas outras "fracassadas" nesses quesitos, encontram outras maneiras de extravasarem? Na religião, no esporte, nas ações sociais, etc?
Segundo a veja: " uma das dificuldades para lidar com a dependência da droga é que a linha que separa o uso recreativo do mergulho no vício é muito tênue." "Em geral a pessoa vai se tornando viciada sem se dar conta", diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP). Segundo ele, são poucos os que conseguem se manter como usuários ocasionais da droga. " Isso até acontece, mas a proporção é ínfima", diz Laranjeira. "Raramente alguém admite que tem problemas nessa área e busca tratamento. E mesmo esse caminho é difícil. Em geral, apenas 20% dos pacientes que começam o tratamento dão continuidade a ele. O script, nesses casos, costuma ser o seguinte: uma ou duas semanas depois de iniciado o tratamento, a pessoa se sente autoconfiante e tende a retomar a convivência com as mesmas pessoas e a freqüentar os mesmos lugares. O resultado é que acaba voltando a cheirar, a fumar ou a picar-se."
A questão é complexa, por isso precisamos parar de minimizar, de esconder, de ficar horrorizado e estático. Precisamos parar de enxergar os dependentes como "bandidos", precisamos explorar o assunto, entender a doença, seus sintomas. Não se engane: aí na sua casa, no vizinho, no trabalho, um de seus amigos, parente, filho, marido, mãe, qualquer um pode estar doente e, muitas vezes, precisando do seu interesse real e não somente da sua crítica distante, preconceituosa e muitas vezes, maldosa. É um problema humano, de largas proporções, só no Brasil são 870.000 usuários, portanto vamos discutir bastante o assunto no meu blog. Com certeza, isso é de utilidade pública!!

3 comentários:

marcelicks disse...

Acho que aos poucos o preconceito tem diminuido, até pq virou uma verdadeira epidemia.O problema é que essa doença tem uma característica muito particular que a diferencia das outras: não é causada por fator externo e independente da vontade do atingido.Se uma pessoa tem Aids, sabe-se que ela entrou em contato com um vírus e ELE é o causador da doença e o tratamento é baseado na luta contra o próprio vírus e não contra o doente, por mais que tenha sido ele o responsável por contraí-la.Para a outra que é viciada, o tratamento é focado na própria pessoa, pois a cura está dentro dela própria, então é fácil RESPONSABILIZAR o doente pela doença.Sabe o Mindu? Ele, que é viciado em pedra tem uma definição para diferenciar os que viram viciados ou não: Ele tem o "bichinho",ele diz.Muitas vezes ele me acompanhou em noitadas bebendo e ele (e mais alguns) cheirando a noite toda.Como ele sabia que eu já tinha usado e mesmo vendo todos usarem a noite toda eu não cheirava, ele falava: Má, ainda bem que vc n tem o bichinho!!! Na verdade o que ele observou é a predisposição que certas pessoas tem pra ficar viciada, né? Como seria mais fácil se existisse o tal bichinho, porque combater o agente externo, no caso a produção da droga é impossível por uma questão de mercado.Acho que a sociedade é hipócrita ao tratar a questão. Se a verdade fosse dita claramente muita gente não entrava nessa. Não pode dizer que droga é uma droga, pq quando vc experimenta vc ve q é bom, dá prazer. Tem que falar: Olha , é bom,tão bom que vc talvez não queira fazer outra coisa na vida. O custo benefício é uma merda, vc pode perder tudo, não querer trabalhar mais, não vai pensar mais direito em nada, vai perder os outros prazeres. É isso que vc quer, usa. Que q adianta falar q é uma merda e vc vai lá, experimenta e é bom pra caralho? Aí vc fala pra pessoa: Olha meu filho isso aí vai te matar!!! Ele não acredita mais.Acha que é outra mentira.Portanto na minha opinião não adianta ficar escondendo, enganando.Tem que encarar a coisa de frente.Isso. Por hoje é só pessoal...

marcelicks disse...

Faço comentários maiores que o post e acabo não escrevendo no meu blog.rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

♥♥ Danii♥♥Gagliardi disse...

Você complementou o meu post: ainda temos muito o que falar.Mas, não creio que você "não tivesse o bichinho", acredito que você apenas não permaneceu "experimentando", portanto não deu tempo para que a química se transformasse em dependência! Uma das formas de tratamento é cuidar do psicológico fragilizado e da parte espiritual(para quem acredita)!